Se tem uma rainha nas florestas é a abelha! E esta sexta-feira, 20 de maio, é o Dia Mundial das Abelhas, data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Onde tem cupuaçu, açaí, café, morango, abacaxi e outras tantas frutas, lá está ela polinizando e ajudando na produção de alimentos de todos nós.
No Pará, temos motivos para comemorar a data, e também o Dia do Apicultor, celebrado neste domingo 22. Afinal, demos um passo histórico no fim de 2021 com a conquista da regulamentação do mel produzido pela abelha sem ferrão, por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) que classifica a origem, a composição e estabelece requisitos de cor, sabor, aroma e parâmetros de pureza do produto. Também está em discussão a criação da Rota do Mel do Pará, que visa o desenvolvimento territorial e regional por meio do fortalecimento de arranjos produtivos locais associados à apicultura, meliponicultura e produtos das abelhas.
Abelhas na luta contra a fome
Os números por trás do trabalho das abelhas permitem entender o porquê de se celebrar a atuação delas na agricultura. Das 107 culturas agrícolas que lideram a produção global, 85% são beneficiadas pelos polinizadores, dos quais as abelhas são as mais eficientes.
A ONU estima que de 5% a 8% da atual produção global de alimentos, com um valor de mercado anual de US$ 235 a US$ 577 bilhões, se deve diretamente à polinização animal. No Brasil, pesquisadores estimaram esse valor em U$ 12 bilhões, em 2012.
Diversidade de abelhas sem ferrão no Pará
A regulamentação faz nascer novos apicultores em muitas cidades paraenses. Variedade nós temos! Algumas espécies de abelha sem ferrão são nativas da região amazônica, principalmente no Pará.
A aparatrigona impunctata, por exemplo, é conhecida pelo nome popular de mosquito-cupira. Ela poliniza flores de cupuaçu e visita flores da castanheira-do-Brasil. Já a celetrigona longicornis é a abelha-formiga, nome dado devido ao seu tamanho minúsculo, muito encontrada na região de Carajás. Entre as mais conhecidas, a melipona amazônica vive pelas flores de açaizeiro, enquanto a tetragonisca angustula, conhecida popularmente por jataí, poliniza flores de muitas frutas e é sempre vista onde tem cupuaçu.
O que tem de povos tradicionais produzindo mel em suas propriedades e transformando esse bem da natureza em dinheiro não é brincadeira! Tem trabalho melhor? Um exemplo é a história que Pará Terra Boa contou dia desses sobre a Resex Tapajós-Arapiuns, que abraçou um projeto de meliponicultura, ou seja, a criação de abelhas nativas silvestres, em busca de uma vida mais doce para diversas comunidades e vem transformando a vida de muita gente.
Homenagem às polinizadoras
A Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.) lançou uma coleção de pôsteres ilustrados que exalta a valiosa contribuição desses polinizadores para a produção de alimentos. As pinturas foram elaboradas pela ilustradora e agrônoma Georgia Amaral e estão disponíveis gratuitamente em formato PDF no site da A.B.E.L.H.A..
São oito pôsteres com cultivos relevantes para a agricultura brasileira, como café, morango, melão, açaí e castanha-do-Brasil. As aquarelas incluem detalhes das flores, das principais abelhas que as polinizam e dos frutos gerados. Um nono pôster, que abre a coleção, reúne todos os cultivos.
Fonte: Com informações da A.B.E.L.H.A. e Embrapa