A Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, a mais desmatada o Amazônia, pode ter sua realidade modificada por meio de um edital que o governo do Pará pretende lançar até o fim do primeiro trimestre do ano que vem. A ideia é conceder a área para a iniciativa privada fazer restauração da vegetação desmatada.
Em troca, a empresa que vencer a licitação poderá explorar comercialmente a região. A principal fonte de receita estimada é a comercialização de créditos de carbono. De acordo com informação da Folha, o governo paraense calcula que a região pode render US$ 81 milhões (R$ 400 milhões) no período de 40 anos de concessão.
De acordo com um estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a APA Triunfo do Xingu foi o território protegido da Amazônia mais pressionado pelo desmatamento no primeiro trimestre deste ano. Com 10 mil hectares de área, o reflorestamento da área tem potencial para sequestro de 2,7 milhões de toneladas de CO2.
O mercado de carbono de reflorestamento é considerado mais eficaz ambientalmente e atrativo para empresas do que em áreas de preservação. Em áreas de reflorestamento, o governo paraense calcula que o sequestro de carbono possa ser comercializado por US$ 30 por tonelada. Em regiões de preservação, o valor pode chegar a um terço disso.
O governo espera ter a área concedida até o fim do primeiro semestre do ano que vem. A empresa que levar deverá fazer um investimento inicial de US$ 44 milhões (R$ 217 mi), e a previsão de retorno do investimento é de 10 anos.
“É preciso zerar o desmatamento e restaurar a área antropizada. Cada vez mais área de restauro vai ganhar protagonismo nessa agenda de carbono”, disse à Folhao governador.