O estado do Pará será um dos primeiros a receber recursos do Novo Fundo Clima, iniciativa do governo federal para enfrentar as mudanças climáticas. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a primeira operação do fundo, com financiamento de R$ 100 milhões para projetos de reflorestamento no estado.
A iniciativa pretende acelerar o reflorestamento em larga escala no Pará, com plantio de mudas nativas e restauração de florestas. O foco é recuperar áreas degradadas, preservar a biodiversidade amazônica e gerar empregos por meio da chamada “economia verde”, que une desenvolvimento econômico e proteção ambiental.
A estimativa do setor é que o reflorestamento em larga escala possa remover de 2 a 3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera por ano.
Além de ajudar nessa retirada de carbono da atmosfera — medida fundamental para conter o aquecimento global —, o projeto também prepara o Pará para a COP30, conferência mundial sobre o clima, que será realizada no Brasil em novembro deste ano.
Do total aprovado, R$ 80 milhões virão diretamente do Fundo Clima e outros R$ 20 milhões da linha de crédito BNDES Finem, com garantia do banco Santander. Os recursos serão executados pela startup Mombak, que atua com créditos de carbono a partir do reflorestamento e vai trabalhar em parceria com produtores rurais da região.
A Mombak, responsável pela execução do projeto, já captou anteriormente 200 milhões de dólares em investimentos privados, de empresas e instituições como AXA, CPP (Canada Pension Plan Investment Partners), Bain Capital Partnership Strategies e Fundação Rockefeller. A startup também tem contratos com gigantes da tecnologia, como Google e Microsoft.
Desenvolvimento com floresta em pé
Especialistas veem o acesso ao Fundo Clima como um marco importante para mudar o modelo de desenvolvimento da região. Em vez de desmatamento e degradação, a proposta é manter a floresta em pé e gerar renda de forma sustentável.
O projeto está em sintonia com outras iniciativas que já estão em andamento, como o programa Restaura Amazônia — lançado em 2024 com recursos do Fundo Amazônia — e o Arco da Restauração, que prevê a recuperação de 24 milhões de hectares de florestas até 2050.
Além do reflorestamento, o Novo Fundo Clima também pode financiar outras iniciativas sustentáveis na região, como projetos de conservação ambiental, agricultura regenerativa e pecuária de baixo carbono. A proposta é fortalecer uma nova economia da floresta, que alia proteção ambiental e geração de renda.