Ele foi descoberto recentemente, após quatro anos e cinco expedições. Com10 metros de circunferência e 88,5 metros de altura, o equivalente a um prédio de 30 andares, o angelim-vermelho é a maior árvore da Amazônia. Agora, pesquisadores do Pará querem saber a idade desse gigante da floresta, que é maior que Cristo Redentor.
Para chegar até ele, são necessários 15 dias percorrendo cerca de 400 quilômetros de rios cheios de corredeiras e mais 40 quilômetros a pé pela mata densa. dentro da Floresta Estadual do Paru, no norte paraense. Terceira maior unidade de conservação de uso sustentável em uma floresta tropical no planeta, a flota tem sido alvo de desmatamento.
Daí a importância de garantir a proteção integral da região. O diretor de Gestão da Biodiversidade do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), Crisomar Lobato, falou em entrevista, no ano passado quando se divulgou sobra a expedição, que essas árvores gigantes são um ecossistema em si.
De acordo com o Jornal Nacional, em setembro de 2022, pesquisadores chegaram pela primeira vez até o angelim-vermelho, mas não conseguiram coletar informações suficientes para descobrir a idade dele.
Agora, após cinco dias de navegação pelo Rio Jari, os pesquiadores, com a ajuda de uma broca, extraíram materiais genéticos do centro da árvore. As amostras darão acesso aos anéis de crescimento e, com a análise deles, será possível saber a idade e as variações que a árvore sofreu ao longo dos anos.
“Encontrar árvores na região do entorno para a gente fazer, não só o estudo das idades, mas a partir disso, a gente conseguir estudar o clima do passado, a ecologia da região, o ritmo de crescimento destas árvores. Então é muita informação importante, tanto para parte climática quanto ecológica da Bacia Amazônica”, explica Daniela Granato, pesquisadora da Alaba A&M University para o JN
A inteligência artificial vai ajudar os pesquisadores a entenderem a biomassa da região. Toda a área tem sido ameaçada por invasões de garimpeiros.
“O nosso trabalho, além disso, é fazer o inventário ao redor dessas árvores gigantes que são encontradas e mapeadas, e tentar identificar padrões. Alguns dos resultados que nós obtivemos com esses dados coletados mostram que essa área é um hotspot da biodiversidade e o que a gente tem mostrado nos nossos estudos é que existem um conjunto de forças ecológicas atuando para conduzir esses padrões”, afirma Robson Lima Borges, pesquisador da Universidade do Estado do Amapá.
Os dados coletados servirão para a criação de mecanismos de proteção dos locais com árvores gigantes na Amazônia.