As operações do governo federal contra o garimpo ilegal na Amazônia continuam causando prejuízos ao crime organizado. A Polícia Federal fechou na quarta-feira, 9, quatro garimpos ilegais e prendeu duas pessoas em Cumaru do Norte, no sudeste do Pará. Além disso, oito trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão.
Com o intuito de combater garimpos ilegais, a Operação São Francisco 2 apreendeu equipamentos utilizados na atividade, incluindo escavadeiras e um veículo. Também foram encontradas armas de fogo, uma quantidade considerável de ouro e uma substância semelhante a mercúrio, provavelmente utilizada no processo de extração mineral.
A investigação da Polícia Federal teve como base análises de imagens de satélite, que permitiram identificar uma área significativa de degradação ambiental, estimada em cerca de 40 hectares. Vários pontos desse espaço estavam sendo explorados sem a autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM) para atividades de garimpo.
Além das atividades ilegais de mineração, a operação revelou condições de trabalho desumanas. Os trabalhadores foram encontrados vivendo em barracos precários, sem acesso a água tratada ou banheiro adequado, o que configura uma situação análoga à escravidão. Outras irregularidades também foram observadas pelos agentes durante a operação.
As pessoas presas durante a operação foram autuadas por diversos crimes, incluindo posse irregular de armas de fogo, envolvimento em garimpo ilegal, manter trabalhadores em condições análogas à escravidão, armazenar mercúrio em desacordo com as leis e extrair recursos minerais sem autorização.
A ação da Polícia Federal foi desencadeada a partir de denúncias de atividades garimpeiras ilegais na região e representa a segunda ação realizada pela Polícia Federal em dois meses na área de Cumaru do Norte.
Mandados
Na terça-feira, 8, a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Itaituba (PA). A Operação Dever Legal investiga suspeitos de envolvimento com garimpos ilegais e tentativa de homicídio contra policiais federais e servidores do ICMBio.
As investigações foram iniciadas após uma operação conjunta dos órgãos em abril para reprimir o garimpo ilegal em Unidades de Conservação na região. Na ocasião, agentes federais e servidores do ICMBio foram emboscados enquanto inutilizavam instalações e o maquinário do garimpo, informa o R7.