Com a retirada de garimpeiros ilegais da Terra Indígena Yanomami em Roraima, a Polícia Federal também pretende fazer até o final do ano operações semelhantes em outras seis áreas indígenas de Rondônia, do Pará e do Maranhão, segundo informações do UOL.
As regiões que serão alvo de ações da PF contra o garimpo ilegal são Karipuna e Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia; Kayapó, Mundurucu e Trincheira Bacajá, no Pará; e Arariboia no Maranhão.
“As ações de desintrusão são prioridade. A gente fez um cronograma para que as sete áreas que fazem parte da ADPF 709 sejam trabalhadas, e a desintrusão ocorra ainda em 2023”, afirmou o diretor de Meio Ambiente e Amazônia da Polícia Federal, Humberto Freire, à Reuters.
Vale lembrar que o Pará Terra Boa já noticiou como a contaminação por mercúrio, resultante do garimpo ilegal, afeta o meio ambiente, a saúde e o turismo do estado. Testes realizado pela Fiocruz, em parceria com a WWF-Brasil, em 200 habitantes de três aldeias impactadas pela atividade de mineração artesanal: Sawré Muybu, Poxo Muybu e Sawré Aboy, da etnia Munduruku, revelam níveis da substância acima de limites seguros.
De acordo com os dados, a contaminação é maior em áreas mais impactadas pelo garimpo, nas aldeias que ficam às margens dos rios afetados. Nessas localidades, nove em cada dez participantes apresentaram alto nível de contágio. As crianças também são atingidas: cerca de 15,8% delas apresentaram problemas em testes de neurodesenvolvimento.
Questionado se poderia haver responsabilização do ex-presidente e outras autoridades pela atual situação, Freire não descartou que investigações possam envolver ex-funcionários públicos ou ex-autoridades no futuro.
“Algumas brechas por normativos infralegais foram abertas, o que dificultou o trabalho de fiscalização e responsabilização administrativa. Uma coisa que nosso diretor-geral (Andrei Rodrigues) sempre diz: a PF não investiga pessoa, investiga fatos”, afirmou.