Por Melina Marcelino
Com a meta de recuperar 5,65 milhões de hectares até 2030, o Pará está dado continuidade ao Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN). O objetivo é articular, integrar e promover projetos e ações indutoras da recuperação das florestas e demais tipos de vegetação nativa, contribuindo para a redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Nesta etapa da construção do plano, realizada entre junho e julho de 2023, estão sendo promovidos seminários que consistem na escuta dos povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e pequenos agricultores com o objetivo de implantar o PRVN de acordo com a realidade dessas comunidades.
As oficinas já passaram por Altamira, Santarém, Belém e municípios das regiões de Integração Guamá, Guajará, Marajó, Rio Capim e Tocantins. Na sexta-feira, 14, será realizada a última oficina, em Marabá.
“O plano tem como escopo fomentar novas metodologias de produção e, principalmente, proporcionar a restauração de áreas degradadas, subutilizadas, que são um grande passivo no nosso Estado. Então, diante de diversas frentes de implementação de atividades para a melhoria e transição das mudanças climáticas, uma transição para uma economia de baixo carbono e novas formas de se desenvolver de forma sustentável, vem o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa também como um dos braços para atingir esse resultado final maior, que é a redução do desmatamento”, explicou a diretora de Bioeconomia, Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais da Semas, Renata Nobre.]
A primeira etapa do plano elaborou um diagnóstico socioambiental do Pará, cujo objetivo é compilar, organizar e descrever indicadores socioambientais do Pará relacionados à agenda de recuperação da vegetação nativa.
“Quando a comunidade cuida, tem mais possibilidade de sustentabilidade, pois a comunidade acredita que aquilo é benéfico para ela, por isso eu acho que a gente tá no caminho certo, discutindo com a comunidade a importância da restauração de florestas e a conservação do que ainda está inteiro, que são as florestas nativas. Nós temos no Pará uma parte importantíssima de floresta nativa”, avalia Atanagildo Matos, da Coordenação Estadual do Conselho Nacional da População Extrativista (CNS).
O Plano Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa contempla diversos eixos de atuação, como participação social (sensibilização da sociedade sobre os benefícios advindos da recuperação da vegetação nativa), cadeia de insumos e serviços (fomento à cadeia de insumos e serviços que considerem pressupostos da bioeconomia e da sociobiodiversidade local que estejam relacionados à recuperação da vegetação nativa), arranjo institucional e regulatório (melhoria do ambiente regulatório e aumento da segurança jurídica para a recuperação da vegetação nativa).