O prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, decretou situação de emergência devido à severa estiagem que afeta comunidades ribeirinhas na região do oeste paraense. O decreto destaca que a seca, considerada a mais grave desde 2010, de acordo com especialistas e moradores locais, está impactando principalmente a área dos rios do município e afetando comunidades como Alto Jarí, Marimarituba, Enseada do Aritapera, Igarapé da Praia e Urucurituba, segundo o g1.
Segundo a Defesa Civil, mais de 177 famílias que dependem do transporte hidroviário e não têm acesso direto à água potável estão sendo afetadas por essa situação. Em algumas comunidades, os canais que eram navegáveis há apenas um mês secaram, deixando apenas poças de água inadequadas para consumo. Isso tem causado problemas, incluindo a falta de transporte fluvial para alunos que precisam chegar à escola, o que afeta a educação infantil na região.
A seca também tem impactado a pesca, com a exposição das redes de pesca devido à diminuição do nível da água, levando à escassez de peixes. Em outras comunidades onde ainda há água, as altas temperaturas aumentam o risco de mortandade de peixes.
De acordo com a Folha, a forte estiagem na região está mudando a paisagem Alter do Chão, o chamado “Caribe da Amazônia”, situada a 37 quilômetros de Santarém. Isso porque o rio Tapajós registrou um nível de água de apenas 1,58 metros na terça-feira, 3, o mais baixo desde 2010, quando, na mesma data, a medição foi de 1,32 metros, conforme dados da Defesa Civil do município.
Em frente à vila de Alter do Chão, o Rio Tapajós praticamente desapareceu. Cenário bem diferente do registrado por imagens recentes de agosto deste ano, noticou o JN.
“Eu nasci em Alter do Chão, me criei em Alter do Chão e nunca vi secar tão rápido assim. Cadê a água? Foi embora, sumiu tudo rapidinho”, disse a emrpesário Elza Ferreira ao jornalístico.
Queimadas pioram situação
A meteorologista Lucieta Guerreiro Martorano destacou ao site que as queimadas na região oeste do Pará estão agravando a seca, que é causada principalmente pelo fenômeno climático El Niño. Ela enfatizou a importância de evitar queimadas, pois isso contribui para piorar a situação e pode afetar a saúde das pessoas, especialmente problemas respiratórios.
A mudança climática está impactando severamente a região, e medidas de conservação ambiental e redução de práticas prejudiciais ao meio ambiente são essenciais para mitigar essa situação. A pesquisadora ressaltou que a mudança desse cenário depende em parte da redução das queimadas e da conscientização sobre os cuidados com a natureza.
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