O Pará deve anunciar a conclusão de sua primeira emissão de créditos de carbono no final de junho, durante a Semana da Ação do Clima em Londres. Em entrevista à Folha de São Paulo, o governador do estado, Helder Barbalho, revelou que a operação envolve 1 milhão de certificados. Informações sobre as empresas envolvidas e o valor do negócio ainda não foram divulgados.
A aposta do governo é que o mercado de carbono alcance o mesmo nível de importância que outros setores já possuem para a economia paraense, a exemplo da mineração e do agronegócio. As estimativas indicam que o Pará possui uma carteira de 156 milhões de certificados a explorar com potencial para render cerca de R$ 10 bilhões.
Para Helder Barbalho, a primeira operação servirá de atração para atrair o mercado financeiro e estimular investimentos no estado visando uma transição ecológica e econômica.
“Quando a gente pega o estoque florestal e transforma isso em uma receita, obviamente que isso traz uma cadeia de atividades oriundas da floresta, e aí eu estou falando de financiamento em bioeconomia, de outras atividades produtivas que já compõem a nossa estratégia dos sistemas agroflorestais, da migração de atividades de pecuária, por exemplo, para atividades de cultivo que restauram”, salientou o governador.
No mesmo sentido, o chefe do Executivo pontuou que é possível conciliar o desenvolvimento de outras atividades com a agenda ambiental, como é o caso do plano para rastrear individualmente todo o rebanho do estado, o que, na visão de Barbalho, poderia replicado também na mineração.
Da mesma forma, ele considera que a responsabilidade ambiental deve orientar qualquer proposta de exploração de petróleo e gás na Foz do Amazonas, e não apenas o olhar sobre a segurança energética.
“Acho que a Petrobras erra quando não apresenta uma participação ativa e de liderança na construção das soluções para esse novo olhar sobre a Amazônia”, afirmou.