No município de Tomé Açu, no Pará, uma propriedade de 230 hectares é referência no manejo da pimenta do reino, pitaya, cacau e cupuaçu, com a valorização da floresta em pé.
“Temos 230 hectares de SAFS (Sistemas Agroflorestais). Passamos doze meses produzindo, mantendo mais de 40 pessoas trabalhando na propriedade”, explica o responsável pelo feito, o produtor rural Michinori Konagano, que tem mais de 60 anos de experiência
De acordo com site do Projeto Saúde e Alegria (PSA), a propriedade foi apresentada, por meio de intercâmbio, realizado de 5 a 9 de junho, a 19 produtores da Resex Tapajós-Arapiuns, PAE Lago Grande e Flona Tapajós (municípios de Santarém e Belterra) e técnicos do Programa Floresta Ativa,
A ideia é possibilitar que os produtores conhecessem formas bem-sucedidas de produção, para replicação em suas áreas, destacou o coordenador de ATER do PSA, Márcio Cunha.
“O objetivo foi repassar para os produtores técnicas de cultivo e manejo sobre os sistemas florestais. O PSA está promovendo a implantação de vários SAFs nessas áreas”.
A visita é fruto de uma parceria entre o PSA e a Acosper para fortalecer a produção dessas comunidades a fim de abastecer o Ecocentro da sociobiodiversidade – com previsão de inauguração em 2023. A expectativa é que a partir da troca de conhecimentos, os produtores possam incorporar técnicas promissoras inspiradas na produção agrícola e escoamento de fruticultura de Michinori.
Madre Vidal da comunidade Carariacá, região do PAE Lago Grande, coordena um grupo que trabalha com viveiros em SAFs. Para a produtora, o encontro garante um novo olhar sobre a possibilidade de ampliar as plantações.
“Esse intercâmbio me trouxe um conhecimento a mais. Novas experiências, principalmente na área de plantio e cooperativismo principalmente na área de SAFs. Agora eu vou poder compartilhar com o nosso grupo as experiências que estão dando certo. A palavra é gratidão”, comenta.
O intercâmbio destacou o manejo e tratos culturais de outros frutos, como cupuaçu, cacau e maracujá. O coordenador do Programa Floresta Ativa do PSA, Davide Pompermaier, ressaltou a necessidade de propor alternativas viáveis ao modelo do agronegócio, que contemplem floresta em pé e bem viver nas comunidades.
“Um caminho que a gente entende que é importante fortalecer é a implantação de sistemas agroflorestais, imitar o jeito natural da floresta se reproduzir, trazendo produtos de valor comercial que agreguem valor para as famílias. É fundamental que o produtor não seja dependente de um único produto, um único mercado” – esclarece.