Representantes de órgãos públicos, comunidades indígenas e organizações da sociedade civil participantes do Núcleo Técnico do Plano de Gestão das Terras Indígenas (PGTA) Parque do Tumucumaque e Rio Paru D’Este se reuniram em encontro realizado em Macapá (AP). O objetivo era discutir os projeto e metas para essas unidades de conservação, que receberão apoio financeiro de uma iniciativa internacional.
Trata-se do Programa Grande Tumucumaque, desenvolvido com o aporte da Legacy Landscape Fund (LLF), da Alemanha, e da Nia Tero, dos Estados Unidos. A previsão é que ao longo de 15 anos, cerca de US$ 1 milhão sejam repassados anualmente para a execução de ações relacionadas à agrosociobiodiversidade nessas unidades de conservação.
Além das unidades federais, a Estação Ecológica (Esec) Grão-Pará e a Reserva Biológica (Rebio) Maicuru, situadas na região oeste do Pará e geridas pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) também serão beneficiadas.
De acordo com o gerente da Região Administrativa da Calha Norte III, Neto Vasconcelos, o Programa Grande Tumucumaque vai possibilitar a aquisição de novos equipamentos capazes de monitorar, em tempo real, as atividades que impactam a biodiversidade, como a caça, a extração ilegal de madeira e os garimpos.
“Nosso objetivo é construir bases e estações de amostragem dos componentes florestais que servirão tanto para nossas atividades de monitoramento quanto para a apoio a cientistas de instituições parceiras realizarem pesquisas nessas áreas que ainda são pouco conhecidas. Será possível adquirir, também, novos equipamentos tecnológicos que darão suporte para a proteção das fronteiras das UCs e das TIs que formam esse amplo mosaico de florestas tropicais”, detalhou o gestor à Agência Pará.
Além dos investimentos em infraestrutura, também está prevista a realização de expedições na região. A ideia é formalizar novas rotas de acesso às TIs, possibilitando que o trabalho de proteção nas áreas seja feito de forma mais eficiente.
O Parque do Tumucumaque é a maior unidade de conservação do País, abrangendo uma área de 3,8 milhões de hectares que se estende desde os municípios de Calçoene, Laranjal do Jari, Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio até Almeirim, no oeste do Pará. Em 2006, o Governo do Estado criou outros 12 milhões de hectares de áreas protegidas no entorno, que juntas formam o maior mosaico de unidades de conservação, territórios quilombolas e terras indígenas do mundo.