Carvão vegetal é um combustível rico em carbono e produzido a partir da carbonização da madeira. Isso o torna muito demandado pelas indústrias, devido a eficiência energética. Porém, tanto a origem legal dessa madeira quanto os consequências de sua carbonização para o efeito estufa estão entre as áreas mais preocupantes do ponto de vista ambiental.
Entre os esforços para buscar alternativas de reduzir impactos ambientais na produção de carvão vegetal, está o manejo florestal legalizado e o reaproveitamento de restos de madeira certificada para a carbonização. Mas ainda fica uma lacuna: E os gases poluentes, oriundos da transformação dessa madeira em carvão vegetal?
Esse é o objetivo do projeto “Geração de bioenergia a partir de resíduos do manejo florestal sustentável: descentralização da matriz energética e impactos socioambientais na Amazônia”, coordenado pelo professor Thiago Protásio, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), campus Parauapebas.
A ideia é adaptar para a realidade da Amazônia o sistema fornos-fornalha, modelo de carbonização desenvolvido pelo Laboratório de Painéis e Energia da Madeira (LAPEM) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que utiliza a tecnologia para baixa emissão de gases durante a carbonização. No entanto, em Minas Gerais, o sistema fornos-fornalha é abastecido principalmente com madeira de florestas de eucalipto.
“A diferença é que agora vamos adaptar essa tecnologia para a carbonização de resíduos do manejo florestal da Amazônia, já que ainda não existem estudos sobre isso voltados à nossa realidade”, diz o Protásio.
O professor explica que mesmo utilizando biomassa sustentável, a transformação da madeira em carvão vegetal ainda emite gases nocivos ao efeito estufa.
Para o estudo serão pesquisados resíduos de 25 espécies nativas.
Fonte: Ufra