Os focos de incêndio que se espalham pelo País devem se estender até o final de outubro. Essa á previsão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“É uma situação extrema. A La Niña já era para estar operando no sistema, já era para a gente estar em outra situação. Nesta semana, a frente fria deve durar até quarta-feira [28/8], mas já está entrando uma nova onda de calor, então a gente está bastante assustado com isso, inclusive porque uma nova onda de calor está se formando com muita força e deve ser sentida no Brasil inteiro a partir de quarta-feira”, disse o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho ao Metrópoles.
A sala de situação do Ibama discute estratégias para conter a quantidade de focos de calor no País, mas de acordo com o Agostinho “a crise climática superpesada, a maior seca da Amazônia e a maior seca do Pantanal da história agravam a situação”. “Além do problema, obviamente que as pessoas não param de colocar fogo”, disse.
O fenômeno climático La Niña, responsável pelo resfriamento das águas do Oceano Pacifico, estava previsto para começar no segundo semestre deste ano, em meados de julho e agosto.
Na Amazônia o quadro dos incêndios florestais se agrava a cada dia. De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA/UFRJ), a área consumida pelo fogo desde o começo de agosto já supera 2,5 milhões de hectares, o que representa mais da metade dos 4,1 milhões de hectares atingidos por incêndios desde janeiro passado. A notícia é da Agência Brasil.
Segundo a MetSul, a última segunda-feira, 26, foi o pior dia de incêndios na Amazônia neste ano. Dados do INPE registraram 1.988 focos de calor. Desde o começo de agosto, foram 27.181 focos, número acima da média mensal de agosto (26.218). Todos os meses até agora em 2024 registraram focos acima das médias mensais no bioma.
Uma das áreas mais afetadas é a Ilha do Marajó, no Pará. Os focos de incêndio persistem há pelo menos três semanas e as chamas se aproximam perigosamente de comunidades ribeirinhas. O Ministério Público do Pará recebeu reclamação dos ribeirinhos por conta da inação do governo paraense e de outras autoridades, informa a Folha.