Em fevereiro deste ano, enquanto o Brasil registrava um aumento de 62% dos alertas de desmatamento, em relação ao mesmo mês de 2022, com 322 km² destruídos, o Pará se destacava como o único dos nove estados da Amazônia Legal a apresentar redução nos índices, segundo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
A queda foi de 6% em comparação com fevereiro do ano passado. Considerando os dois primeiros meses deste ano, a diminuição foi ainda mais expressiva: 33%. E nenhum município paraense ficou entre os dez com mais áreas devastadas no período.
Uma boa notícia para a Amazônia e também para os produtores rurais que fazem a coisa certa, uma vez que uma nova ferramenta tecnológica começou a ser usada para bloquear o financiamento de quem tem notificação por desmatamento. As informações são do “Jornal Nacional”.
Desde o mês passado, o BNDES, de onde saem os recursos para os agentes financeiros liberarem crédito rural, utiliza informações do MapBiomas para decidir quem merece ou não ser financiado.
O MapBiomas monitora mensalmente o desmatamento em todo o Brasil e cria mapas georreferenciados de alta precisão. É a mais completa, atualizada e detalhada base de dados espaciais de uso da terra disponível no mundo.
De acordo com a reportagem, 58 proprietários rurais tiveram os recursos negados, chegando a R$ 25 milhões bloqueados. O Pará, com R$ 3.669.000 bloqueados, só perde para o Tocantins (R$ 6.093.140) em créditos suspensos no País.
Operação Curupira
A queda nos alertas de desmatamento em fevereiro no Pará, em contraste com a alta de 48% desse tipo de crime ambiental em toda a região amazônica no período, segundo Inpe, já demonstra resultado da operação Curupira. A operação teve origem a partir da decretação pelo governo de estado de emergência ambiental em 15 municípios paraenses – que juntos respondem por 76% do desmatamento no período de 2019 a 2022.
Implantada em 15 de fevereiro, a Operação “Curupira” fortalece a presença do Estado em regiões de alta ocorrência de diversos crimes ambientais, como desmatamento, exploração ilegal de recursos naturais, incêndios florestais e outros atos ilícitos que causam impactos à natureza.
Já foram instaladas bases fixa em São Félix do Xingu, Uruará e Novo Progresso.
“Vamos criar um grupo de trabalho entre a Secretaria de Meio Ambiente do Pará, o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama para tratarmos de fiscalização. Vamos trabalhar em coordenação com o governo federal e esperamos manter esses níveis de diminuição de desmatamento no estado”, afirmou o secretário do Meio Ambiente do Pará, Mauro Ó de Almeida, em entrevista ao JN.