Melina Marcelino
A secretária adjunta da Secretaria-Geral da Presidência da República, Tânia Oliveira, e lideranças de vários movimentos sociais se reuniram na tarde desta quarta-feira, 19, no auditório da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), para debater sobre a participação da sociedade civil organizada nos Diálogos Amazônicos.
O evento será realizado em Belém, entre 4 e 6 de agosto, no Hangar Centro de Convenções, e antecede a Cúpula da Amazônia, que será nos dias 8 e 9 de agosto.
Tânia Oliveira ressaltou a importância do encontro com os movimentos sociais do Pará, sem os quais, de acordo com ela, não seria possível realizar os “Diálogos Amazônicos”.
“Os representantes dos movimentos sociais amazônicos que conhecem a realidade de onde vivem, onde moram, onde constroem a sua subjetividade. Por isso essa reunião foi muito produtiva e muito importante, sobretudo para entender qual é a expectativa deles em relação aos Diálogos e como é que a gente vai construir documentos que sejam factíveis para levar as problemáticas e possibilidades de soluções para os documentos que serão construídos no âmbito da Cúpula da Amazônia”, disse a secretária adjunta.
A reunião focou na apresentação de propostas de atividades que os movimentos sociais estão organizando e nas questões ambientais enfrentadas pela sociedade.
Helem Pereira estava presenta da reunião como representante do Movimento Camponês Popular, que já está se organizando para participar das discussões em torno das pautas da população camponesa, da agricultura familiar e da agroecologia.
“É nessa perspectiva que a gente o Movimento Camponês Popular tem uma pauta muito específica em torno das sementes crioulas e do alimento saudável e acessível para todos. Queremos organizar atividades sobre a produção de alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos, que venham a partir de uma produção agroecológica, que tenha uma produção de forma que distribua a renda no campo e não concentre terras, não concentre riquezas”, destaca a ativista.
Maria do Socorro Ribeiro, catadora de materiais recicláveis, falou na reunião sobre sua preocupação com o reconhecimento do trabalho das associações e cooperativas de catadores.
“Queremos leis que beneficiem as cooperativas e associações de coleta de materiais recicláveis. Sabemos que a reciclagem é uma das maneiras mais eficazes de proteger nossa biodiversidade e prezar pelos recursos naturais. No processo de reciclagem, resíduos que seriam jogados na natureza podem ser reaproveitados e transformados em novos produtos”, explica Maria do Socorro.
Participaram da reunião lideranças do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento Nacional da Luta Antimanicomial (MNLA), Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Central de Movimentos Populares (CMP), União Nacional da por Moradia Popular (UNMP), Movimento da Economia Solidária, Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Movimento Todos na Mesma Canoa (Marajó), Marajó Forte, Instituto Amary, Instituto Marajó, Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Cooperativa de Materiais Recicláveis (Concaves), Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará (Gempac), Instituto Universidade Popular (Unipop), Movimento Juntas, Centro de Estudo e Defesa do Negro (Cedenpa), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), entre outros.
As inscrições para atividades auto-organizada podem ser realizadas até o dia 21 de julho, neste link.
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