A seca no mundo atingiu níveis recordes em 2023. Segundo relatório da OMM (Organização Meteorológica Mundial), divulgado nesta segunda-feira, 7, os rios globais encolheram drasticamente no último ano, com 45% deles abaixo do nível normal. O pior índice em mais de três décadas.
A crise hídrica no Brasil, marcada pela pior seca em 75 anos na Amazônia, é um exemplo dos impactos da mudança climática e é citada no documento. O mapa de dias consecutivos sem chuva do Cemaden, atualizado em 1 de outubro de 2024, registra mais de 500 municípios brasileiros já enfrentam um período crítico prolongado, com mais de 150 dias sem precipitação.
E a projeção para outubro de 2024 é de agravamento da seca em diversas regiões do Brasil e expansão dos municípios com condição de seca extrema,
De acordo com a OMM, a aceleração do ciclo hidrológico, causada pelo aquecimento global, está tornando o clima mais extremo, com eventos de seca e inundação se alternando rapidamente.
“Recebemos sinais de socorro [da natureza] na forma de chuvas cada vez mais extremas, inundações e secas que causam um grande impacto em vidas, ecossistemas e economias. O derretimento do gelo e das geleiras ameaça a segurança hídrica de longo prazo para milhões de pessoas. Ainda assim, não estamos tomando as medidas urgentes necessárias”, afirma a a secretária-geral da organização, Celeste Saulo.
Atualmente, 3,6 bilhões de pessoas enfrentam acesso inadequado à água pelo menos um mês por ano e espera-se que esse número aumente para mais de 5 bilhões até 2050, de acordo com a ONU.