Santarém registrou um aumento significativo de atendimentos por problemas respiratórios entre setembro e novembro, totalizando 6.272 casos, segundo a prefeitura da cidade. A piora da qualidade do ar, causada por queimadas, sobrecarregou a rede pública de saúde, com 5.180 atendimentos na UPA 24 Horas e 1.092 nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Os sintomas incluem tosse, febre, congestão nasal, dor de cabeça, coriza, dor de garganta, dor muscular, fadiga e falta de ar. A cidade foi considerada a segunda mais poluída do mundo há uma semana.
O prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, decretou situação de emergência ambiental em 25 de novembro devido à piora da qualidade do ar,em função da fumaça das queimadas que causam muios males à saúde.
“Não está sendo fácil respirar com toda essa fumaça que tomou conta da cidade. Tem dias que não dá de ver nem o outro lado do rio. Vim para tratar os sintomas de dor cabeça, falta de ar, febre, ardência nos olhos e garganta. O meu bairro está totalmente tomado pela fumaça”, disse Ariane Almeida, que buscou ajuda na UPA.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foram registrados 888 atendimentos na zona urbana, As UBSs mais procuradas foram Floresta, Esperança, Maicá e Santo André. Nas UBS da região do Planalto, o número chegou a 164 pacientes, enquanto na região dos rios, foram contabilizados 40 casos no mesmo período.
Na UPA 24 Horas, em 2024, os atendimentos a pacientes com sintomas respiratórios aumentaram muito nos últimos meses. Em setembro, foram registrados 1.603 casos; em outubro, 1.937; e, até 25 de novembro, 1.640 atendimentos.
Além dos casos de sintomas gripais, que incluem tosse, falta de ar e congestão nasal, a UPA atendeu 32 pacientes com síndrome respiratória aguda em setembro e 36 em outubro. Esses casos, por serem mais graves e com risco de complicações, exigem internação e maior atenção médica.
O Hospital Municipal de Santarém (HMS) atendeu mais de 500 pacientes com síndromes respiratórias que necessitaram de internação, no período de janeiro a 20 de novembro deste ano.
O infectologista Alisson Brandão, que atua no HMS, recomenda cuidados especiais para enfrentar a fumaça das queimadas. “Somente as máscaras N95 ou PFF2 têm eficácia comprovada, sendo indicadas para quem está exposto a essas condições”, afirma. Máscaras comuns,como as cirúrgicas ou de tecido, não são indicadas.