Com o nível do Rio Tapajós batendo recordes negativos contínuos, as populações ribeirinhas do oeste do Pará sofrem com a dificuldade de deslocamento e o acesso a recursos básicos, como água e alimentação. De acordo com a Defesa Civil de Santarém, são 9.252 famílias que vivem às margens do rio as mais prejudicadas pela seca atual, informa reportagem da Folha de São Paulo.
Como o Pará Terra Boa já mostrou, a cota do rio vem recuando a cada dia. Estava em 7 cm na última sexta-feira, 11, e chegou a -16 cm no domingo. Na segunda-feira, a medição foi de 2 cm, mas nesta quarta-feira, 16, caiu novamente e marcou 0,02 cm. Em setembro, o nível na região era de 93 cm.
“A seca desempregou mais de cem pessoas, porque tem cem catraias cadastradas e tem os donos e as pessoas que trabalham para eles. Essas pessoas estão sem trabalhar”, lamentou o cacique Rosivaldo Maduro, do povo borari que vive no distrito de Alter do Chão, um dos principais polos turísticos do estado.
Mas o impacto da seca é ainda maior, já que além dos ribeirinhos desse trecho do Rio Tapajós onde a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação de escassez hídrica, também estão impactadas as comunidades de outras regiões que vivem no entorno do Rio Amazonas. Segundo o Governo do Pará, o número de afetados ultrapassa 150 mil.
Para amenizar os problemas, o governo iniciou a distribuição de cestas básicas e água potável para 5.500 famílias de 187 comunidades ribeirinhas e quilombolas afetadas pela seca e queimadas na região. Nesta semana, o governador Helder Barbalho participou da entrega dos kits humanitários aos quilombolas do território Arapemã,
Uma força-tarefa envolvendo equipes das defesas civis federal, estadual e municipal também atua na região. Barcos e aeronaves estão sendo utilizados para fazer com que água e mantimentos cheguem em áreas de difícil acesso.
A expectativa é que novos recursos sejam liberados para o município depois que foi reconhecida pelo Governo Federal a situação de emergência decorrente da estiagem. O decreto também dispensa a necessidade de licitação em contratos de aquisição de bens para atendimento da situação emergencial.
Saiba como ajudar
O Pará Terra Boa une-se à campanha do Projeto Saúde & Alegria (PSA) em apoio aos povos ribeirinhos, indígenas, quilombolas e extrativistas, afetados pela seca severa que atinge a região do Baixo Amazonas. A campanha, que está sendo possível graças à parceria com organizações e movimentos sociais, inclui a distribuição de filtros de nanotecnologia para comunidades isoladas pela estiagem. Estes filtros, acoplados a baldes, promovem um verdadeiro milagre: transformam a água barrenta em potável.
E você pode ajudar, acessando o link:
https://www.doebem.org.br/organizacao_recomendada?org=saude_alegria&lang=pt