O Fundo Amazônia segue atraindo doações para financiar a preservação da maior floresta tropical do planeta. Na segunda-feira, 22, a Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia) e o BNDES assinaram uma carta de intenções que formaliza o repasse de 20 milhões de euros (cerca de R$ 120 milhões) ao fundo.
A doação da UE vinha sendo discutida desde o ano passado, depois que o governo Lula retomou o Fundo Amazônia e realizou um esforço bem-sucedido para ampliar o grupo de financiadores. Desde então, países europeus como França, Dinamarca, Reino Unido e Suíça, além de Estados Unidos e Japão, se uniram aos doadores originais do fundo, Alemanha e Noruega.
O documento foi assinado pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e pela comissária da UE para parcerias internacionais, Jutta Urpilainen, durante o IV Fórum Brasil-União Europeia, realizado nesta semana no Rio de Janeiro.
“Nosso compromisso deverá respaldar os esforços do governo brasileiro e possibilitar a aceleração da luta contra o desmatamento da Amazônia”, afirmou Urpilainen. Já Mercadante ressaltou a sinalização da UE em favor dos esforços recentes do governo brasileiro em prol da Amazônia. “Nós reduzimos em 50% o desmatamento, é por isso que essas contribuições estão sendo fortalecidas”, destacou.
Além da doação, o BNDES também confirmou a conclusão das negociações com o Banco Europeu de Investimentos (BEI) para o financiamento de 300 milhões de euros, em condições especiais, voltado para projetos de transição energética, economia verde e transição digital no Brasil.
“É um empréstimo bem importante. Nós já concluímos também a garantia soberana do Ministério da Fazenda e, agora, vai para o Senado Federal. Assim que for aprovado pela comissão, estarão liberados os recursos. É mais dinheiro para a nossa economia”, disse Mercadante.
O Fundo Amazônia tem hoje R$ 3,9 bilhões em recursos. No ano passado, o Fundo bateu recorde de investimentos em novos projetos, após quatro anos desativado. Hoje o Fundo apoia 114 projetos, que vão do Arco da Restauração (maior projeto de restauro de florestas nativas) ao fortalecimento do Corpo de Bombeiros no enfrentamento a incêndios e o combate ao crime organizado na região. Os recursos destinados aos projetos são não reembolsáveis. Cerca de 240 mil pessoas são beneficiadas com atividades produtivas sustentáveis.