Você conhece o deputado federal Delegado Éder Mauro (PL-PA)? Ele é o representante do povo paraense na Câmara dos Deputados que mais votou contra o meio ambiente na atual legislatura. É o que mostra o Ruralômetro 2022, ferramenta de monitoramento dos deputados federais lançada na segunda-feira, 15/8, pela agência Repórter Brasil.
Ele se define como “líder da bancada da bala na região Norte”. Apesar de sua atuação estar mais relacionada com a defesa das armas, Mauro vem se destacando como porta-voz de garimpeiros em Brasília.
O parlamentar é autor de ao menos dois projetos que fragilizam a fiscalização ambiental e favorecem o garimpo: o PL 5246/2019, que permite a órgãos municipais fazerem o licenciamento ambiental de obras de mineração (em vez do órgão federal), e o PL 5822/2019, que autoriza a exploração mineral de pequeno porte em reservas extrativistas, lembra a agência Repórter Brasil.
O levantamento mostrou que pelo menos 351 deputados federais votaram medidas contra o meio ambiente, os povos tradicionais e os trabalhadores rurais na atual legislatura – o que representa 68% da Câmara, ou 2 a cada 3 deputados.
Para classificar o desempenho de cada político, foram analisadas 28 votações nominais e 485 projetos de lei que que abordam temas como: acesso a benefícios sociais, legislação trabalhista, fiscalização ambiental, economia sustentável, proteção a indígenas e quilombolas, dentre outros.
As informações são consultadas de forma simples, rápida e gratuita, e ajuda os eleitores a escolher seus candidatos nas eleições deste ano.
Acesse o Ruralômetro aqui.
O deputado federal pior avaliado no Ruralômetro 2022 foi Nelson Barbudo (PL-MT), que está em seu primeiro mandato e representa a “nova direita” no Congresso. Ele foi o deputado mais votado pelo Mato Grosso em 2018 e apresentou ao menos oito projetos de lei que prejudicam o meio ambiente, como a proposta que impede a apreensão e destruição de equipamentos usados em crimes ambientais.
Além do Delegado Éder Mauro (PL-PA), os outros deputados com a pior avaliação foram: Nelson Barbudo (PL-MT); Lucio Mosquini (MDB-RO); Nicoletti (União-RR); Vitor Hugo (PL-GO); José Medeiros (PL-MT); Caroline de Toni (PL-SC); Alceu Moreira (MDB-RS); Major Fabiana (PL-RJ); e Capitão Derrite (PL-SP).
Novo é o partido mais antiambiental
Em sua primeira legislatura, estreando com oito deputados, o Novo foi o partido pior avaliado pelo Ruralômetro. Em segundo lugar ficou o PTB, seguido pelo PL, do presidente Jair Bolsonaro.
Santa Catarina é a unidade da federação com mais deputados mal-avaliados pelo ranking (94%), seguida por três Estados da Amazônia Legal: Amazonas, Mato Grosso e Roraima (88% cada).
Além de agrupar os votos e os projetos de impacto socioambiental, o Ruralômetro mostra também quais deputados já foram multados pelo Ibama ou pelo Ministério do Trabalho, e também se o político recebeu doações eleitorais de pessoas que cometeram infrações ambientais e trabalhistas.
O Ruralômetro 2022 avaliou 499 dos 513 deputados, excluindo aqueles que participaram em menos de 10 das votações selecionadas, os suplentes que assumiram no meio do mandato e três deputados que morreram no decorrer da legislatura.
Principais resultados:
- A cada 3 deputados federais, 2 atuam de forma negativa ao meio ambiente, povos indígenas e trabalhadores rurais (68% da Câmara);
- Dos 20 deputados pior avaliados, 14 são novatos (primeiro mandato) e 13 são do PL;
- Estreante no Congresso, Novo tem a pior avaliação entre os 24 partidos da Câmara;
- 5 partidos tiveram 100% de seus deputados com atuação desfavorável a meio ambiente, indígenas e trabalhadores rurais: Novo, PTB, PP, Patriotas e PSC;
- Ao menos 16 deputados federais já foram multados por infrações ambientais;
- 119 parlamentares receberam doações eleitorais de infratores ambientais;
- Santa Catarina é a unidade da federação com mais deputados mal-avaliados pelo ranking (94%), seguida por três estados da Amazônia legal: Amazonas, Mato Grosso e Roraima (88%).
Fonte: Repórter Brasil
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