A violência no campo fez menos vítimas no primeiro semestre deste ano em comparação com os registros do mesmo período do ano passado. Apesar disso, os conflitos continuam em níveis elevados no Brasil e, em números totais, os dados mais recentes colocam os seis primeiros meses de 2024 como o segundo mais violento no campo na última década.
Dados parciais divulgados na segunda-feira, 2, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontam 1.056 ocorrências, sendo 872 relacionadas a conflitos pela terra, 125 a disputas pela água e 59 casos de trabalho semelhante à escravidão. Em 2023, foram 1.127 registros ao todo.
Foram 11 vítimas de assassinatos, segundo a CPT, sendo seis no primeiro semestre, e onze confirmados até o final de novembro. Do total de vítimas deste tipo de violência em 2024, 10 eram homens e uma mulher, a líder indígena Nega Pataxó.
Apesar desa redução no número total de assassinatos, até o fim de novembro, houve aumento no número de casos nos estados do Pará, Santa Catarina e Tocantins.
O Pará também lidera entre os estados com mais registros de vítimas de violência contra a pessoa no primeiro semestre de 2024, assim como em relação às mulheres vítimas de violência no campo.
O que mais chama atenção no relatório é o crescimento alarmante da violência decorrente da contaminação por agrotóxicos:,passou de 19 ocorrências em 2023 para 182 em 2024.
Os posseiros, que são famílias moradoras de comunidades tradicionais que ainda não têm a titulação da terra, foram as principais vítimas dos conflitos nos primeiros seis meses deste ano. Indígenas aparecem em segundo lugar, seguidos por quilombolas e sem-terra.
Ronilson Costa, da CPT, explica como o avanço das monoculturas e a pulverização aérea de agrotóxicos afetam as comunidades mais impactadas pelos conflitos no campo, ele conta que a pulverização afeta a saúde das pessoas e as plantas das propriedades.
Com: Agência Brasil e Pastoral da Terra