O Ministério Público Federal (MPF) do Pará fez uma auditoria em 2020 nos frigoríficos do Estado em que foram constatadas, segundo o órgão, irregularidades em vários estabelecimentos entre janeiro de 2018 e junho de 2019. Os maiores índices de irregularidades foram encontrados nos frigoríficos da JBS. Os resultados da auditoria foram divulgados no último dia 7/10.
Segundo o MPF, o frigorífico comprou 940.617 cabeças de gado no período, oriundas do Pará, sendo que 31,99% apresentaram evidência de irregularidade. É um índice três vezes superior ao tolerado pelo órgão para a auditoria.
A auditoria é um acompanhamento do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) da Pecuária no Pará firmado entre vários frigoríficos e o MPF-PA em 2009 de não comprar gado para abate de áreas desmatadas ilegalmente, de terras indígenas, unidades de conservação e de empregadores na lista de trabalho escravo.
Dezesseis empresas signatárias do TAC foram auditadas, outras 11 não foram auditadas e outras 15 foram dispensadas de auditoria.
Resposta
A empresa respondeu ao Pará Terra Boa que tem ampliado as boas práticas na empresa com o objetivo de reforçar a sustentabilidade da cadeia de fornecimento de bovinos no Pará. A JBS também entende que houve imprecisões nas definições dos critérios de monitoramento. Leia abaixo a resposta:
A despeito de o resultado da auditoria ter sido impactado por uma mudança recente de critério adotado pelo MPF, a JBS entende ser importante adotar medidas adicionais para reforçar seu trabalho de due diligence no estado. Portanto, anuncia nesta quinta-feira (7/10) um conjunto de ações com o objetivo de reforçar a sustentabilidade da cadeia de fornecimento de bovinos no Pará e ampliar a adoção de boas práticas por toda a indústria. Os investimentos somam R$ 5 milhões.
De toda forma, a JBS implementou novas medidas em seu sistema de monitoramento e bloqueou todas as fazendas fornecedoras do Pará com irregularidades apontadas na auditoria.