Nesta segunda-feira, 29, os desafios na comercialização da carne paraense foram temas da reunião promovida pela União Nacional da Indústria e Empresas da Carne (Uniec), no Palacete Faciola, em Belém. Durante o evento, o SeloVerde 2.0 e o Sistema de Restauração Florestal (Sirflor) foram apresentados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Detentor do segundo maior rebanho bovino do Brasil, o Pará tem uma importância significativa para a segurança alimentar do Brasil e de muitos outros países.
Na última semana, o Sirflor foi integrado à plataforma de rastreabilidade SeloVerde, do Governo do Pará, gerando mais segurança ao produtor. O sistema permite uma rápida requalificação comercial do produtor rural que esteja eventualmente impedido de vender no mercado da carne. A ferramenta possibilita ainda que o produtor consiga se requalificar comercialmente enquanto conduz seu processo de regularização ambiental.
O secretário adjunto de Gestão de Recursos Hídricos e Clima, Raul Protázio, expôs as ferramentas para rastreabilidade e transparência, destinadas à cadeia da carne, desenvolvidas pelo Governo do Pará.
“O Estado tem uma plataforma que garante a transparência do produtor de carne, do pecuarista, e esta plataforma é fundamental para que o Estado tenha acesso a mercados, à segurança na demonstração da regularidade da nossa produção animal, que é o SeloVerde. Além disso, viemos falar sobre esta nova plataforma, o Sirflor, que foi recentemente homologada pela Secretaria. A plataforma começou o seu processo de integração na base de dados do Estado há aproximadamente um ano, e atualmente é reconhecida como uma política pública”, ressaltou.
Gestores da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) também participaram da reunião. Entre outros temas debatidos estavam ações do plano estratégico de retirada da vacina contra febre aftosa.
“O processo de retirada da vacina exige uma interação mais estreita com todos os setores da agropecuária, e um deles é o da carne, que tem um envolvimento muito grande, até porque toda a ação de defesa realizada pelo Serviço Veterinário Oficial ela chancela a abertura de novos mercados, além da economicidade que o produtor terá. A retirada da vacina é a substituição pelos processos de vigilância, que serão intensificados”, informou Graziela Oliveira, gerente de Defesa Animal da Adepará.
O Estado detém o segundo maior rebanho bovino do País, 26.754.388 animais, o que representa um crescimento superior a 6.062.288 de bovídeos em quatro anos. A retirada da vacina proporcionará economicidade ao produtor rural e possibilidades de acesso aos melhores mercados. Isso significará mais valorização para a produção paraense, incrementando a economia.
“O plano estratégico da retirada da vacina e a abertura de novos mercados foram pautas principais da reunião. A Agência de Defesa tem um amplo diálogo com a indústria da carne para construir uma defesa sanitária mais forte, e assim levarmos os produtos do Estado para o mercado externo. Vamos ter uma série de benefícios sem a vacinação em 2024, como a redução dos custos com a vacina. Mas o produtor vai continuar cadastrando e atualizando seu rebanho, para que possamos manter o controle sanitário”, frisou o diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo.
O Pará vem realizando, desde 2017, diversas ações para a retirada da vacina, visando alcançar o status concedido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que determina aproximadamente 40 ações técnicas específicas para que o Estado deixe de vacinar, entre elas realizar análise de risco epidemiológico e apresentar um fundo de emergência sanitária.
A Adepará já executou quase todas as ações previstas no Plano Estratégico Estadual de Erradicação da Febre Aftosa, comprovando que o grupo gestor da Agência está trabalhando efetivamente para alcançar esse status sanitário.
Os estados do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins e Acre, e o Distrito Federal, já evoluíram nas medidas sanitárias e são considerados zonas livres de febre aftosa sem vacinação pelo Ministério da Agricultura. A expectativa é que ainda este ano o Pará seja incluído nesse status.
Fonte: Agência Pará