Pecuaristas dos municípios de Marabá, na região sudeste, e Altamira, no sudoeste paraense, conheceram os elementos oficiais de identificação do rebanho bovino e bubalino do estado. A iniciativa é mais um passo para alcançar a rastreabilidade de 100% do gado até 2026, que é a meta do Programa de Integridade e Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Pecuária do Estado do Pará, lançada durante a COP28, em Dubai, no ano passado.
Os animais serão identificados com um conjunto duplo de brincos, composto por um acessório de identificação visual e um boton eletrônico, onde consta a numeração oficial seguindo o padrão ISO Brasil 076.
“A identificação individual visa assegurar o controle sanitário do rebanho. Além disso, permite a gestão da propriedade porque cada animal será identificado por meio de um número, como se fosse um CPF. Então, o produtor poderá utilizar essa identificação e verificar se o animal está ganhando peso, qual lote esse animal pertence e se está compatível com esse lote”, explicou à Agência Pará o diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Jamir Macedo.
O projeto foi construído em parceria entre o governo estadual, terceiro setor e sociedade civil e busca reforçar os mecanismos de rastreabilidade do rebanho, permitindo acompanhamento da trajetória dos animais desde o nascimento ao abate, saber se estão vacinados ou se não foram criados em áreas de desmatamento. Com isso, o setor ganha em transparência e pode acessar novos mercados com alto grau de exigência em relação à qualidade da carne e dos produtos de origem animal.
“O Governo do Estado, se antecipando às demandas do mercado, implementou um programa que vai além do que é exigido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, com o objetivo de que o nosso rebanho seja o primeiro do país a ter uma rastreabilidade completa desde o nascimento animal até a chegada do possível abate”, ressaltou o diretor.
De acordo com a Adepará, o estado possui mais de 26 milhões de cabeças de bovinos e 750 mil de búfalos e todos devem estar identificados até o final de 2026. O projeto seguirá em três etapas. Na primeira serão atendidos os produtores do sudeste, na segunda alcançará os municípios do Baixo Amazonas,, nordeste e sudoeste, e, por último, será a vez do Marajó. O cronograma prevê ainda que até o ano que vem serão rastreados todos os animais em trânsito e o rebanho completo em dezembro de 2026.