O município de Xinguara foi sede, na quinta-feira, 9, da 1ª Rodada da Agenda ESG (sigla em inglês para Governança Social, Ambiental e Corporativa) do Agronegócio Paraense, com o objetivo de alavancar as práticas de governança ambiental no setor agropecuário do estado. O Pará possui o segundo maior rebanho bovino do país e tem papel de destaque na produção nacional de grãos.
Convidado ao evento, o governador Helder Barbalho definiu a iniciativa como uma demonstração do compromisso do agronegócio paraense com a sustentabilidade. Segundo ele, o interesse em aplicar à pecuária os conceitos ESG atesta a compreensão por parte do setor pecuarista de que é possível compatibilizar a produção de proteína animal com a preservação da floresta, respeitando o Código Florestal e ao mesmo tempo gerando emprego, renda e desenvolvimento local.
“A maior demonstração de que estamos vivendo um novo momento é este evento, aqui em Xinguara, sobre a ESG. Não há incompatibilidade entre pecuária, agricultura e floresta. Não podemos admitir o discurso de que floresta e produção são conflituosos, muito menos que são incompatíveis, que gente e preservação ambiental não combinam. O Brasil já viveu, em um tempo muito curto, o trauma da discussão entre vida e economia. E deu no que deu. Não podemos achar que há contradição em pontos que se somam”, enfatizou o governador.
De acordo com os organizadores da iniciativa, para que o setor possa expandir sua produção sem que isso implique em desmatamento de novas áreas são necessárias contrapartidas do governo do estado. O avanço no processo de regularização ambiental e fundiária, além da implementação de ferramentas mais eficazes de monitoramento do desmatamento são algumas das medidas. Também requerem acesso a juros subsidiados para que possam investir na recuperação de áreas já degradadas.
Segundo O Eco, há 17 anos o Pará é líder na destruição da floresta Amazônica. O desmatamento acumulado no estado já representa 34,6% de sua área total, são o que dizem os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Dentre os vetores de desmatamento, a pecuária aparece como o principal: pastos para o gado cobrem cerca de 90% da área total desmatada na Amazônia e mais de 90% dos desmatamentos novos são ilegais.
Helder disse que aqueles que atuam em conformidade com a legislação não têm o que temer.
“Precisamos separar o joio do trigo, e cada vez mais prestigiar, valorizar, garantir direitos a quem está na legalidade. E para aqueles que estão agindo de forma incorreta, a força da lei, para mostrar que não há espaço para ilegalidade no Pará”, ressaltou Barbalho.
A primeira parte do evento pode ser conferida aqui e a segunda, aqui.
Fonte: Agência Pará e O Eco